segunda-feira, 9 de junho de 2008

A luta não terminou.... O que estamos querendo dizer?????


No final de 68, a repressão ao Congresso da UNE, a prisão dos dirigentes estudantis e a promulgação do AI5, que generalizava a censura e a repressão, marcam a derrota deste primeiro ensaio de luta contra a ditadura. Suas lições, quarenta anos depois, continuam validas para armar o movimento operário e estudantil.

A primeira delas é o potencial do movimento estudantil quando levanta demandas do conjunto da população – abaixo a ditadura! – e se liga a um movimento operário combativo e radicalizado. Esse foi o grande aporte dos estudantes ao movimento operário em 68. A partir das mobilizações estudantis contra a ditadura, influenciadas pelas organizações guerrilheiras e de esquerda, que os operários e a vanguarda combativa que organizava as comissões de fábricas, as lutas e as oposições sindicais, passavam a compreender e assumir a centralidade da luta pela derrubada da ditadura.

O processo de 68 foi derrotado, pois de conjunto esse momento de levante operário e estudantil ficou prisioneiro das duas estratégias hegemônicas. De um lado, a esquerda reformista com seu pacifismo, conciliacionismo e frentepopulismo (PCB). De outro, os novos dirigentes operários e estudantis que combatiam o oportunismo impotente do PCB, não desenvolveram uma estratégia para que a vanguarda operária de Contagem e Osasco se colocasse a cabeça das massas operárias e estudantis de todo o país. Acabaram derrotados ao assumir a estratégia foquista da guerrilha, ao tentar substituir a ação das massas pela ação exemplar de uma minoria. Essas duas estratégias contrapostas não ofereciam à classe operária e ao movimento estudantil que se levantavam contra a ditadura militar uma estratégia revolucionária, de hegemonia da classe operária como dirigente da derrubada insurrecional da ditadura e do enfrentamento à ordem capitalista. Resumindo: poder aos poderosos.




Foi publicado no Globo Online do dia 13/05/08 no caderno de Educação a seginte matéria:


Estudantes cotistas enfrentam dificuldade para se manter na universidade

Publicada em 13/05/2008 às 10h29m

lítica de cotas, a estudante negra Mariana Ferreira de Almeida, de 23 anos, entrou no curso de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Há cinco anos na faculdade, apesar do apoio dos pais, conta que enfrenta dificuldades para continuar estudando.

A aluna mora no município de Niterói e precisa pegar dois ônibus para chegar à faculdade. "Às vezes pego um só e caminho um outro pedaço". A despesa com passagens encarece também o estudo, além dos gastos com livros e os custos com refeição.

"A Uerj não tem 'bandejão' e nenhum outro tipo de auxílio alimentação. Então, quando você tem uma disciplina à tarde e não tem como voltar para casa é um gasto a mais. Ainda mais no meu caso, que moro em outro município", diz.

" A cada semestre os aluno vão desistindo. Os que não saíram, não conseguem ir à universidade todo dia por conta dos custos (Mariana Almeida, estudante) "

A estudante conta que o "aperto" já foi maior antes do estágio e que assim como ela, outros colegas têm dificuldade de se manter no curso. Muitos até trancam a matrícula.

"A cada semestre os aluno vão desistindo. Foram muitos [que abandonaram]. Os que não saíram, não conseguem acompanhar de forma contínua as aulas. Não conseguem ir à universidade todo dia por conta dos custos", explica.

O problema pelo qual Mariana passa é uma realidade em boa parte das universidades, que adotaram a política de cotas no país, cerca de 40 instituições, segundo o Ministério da Educação.

" Havia uma promessa de que os governos dariam suporte às universidades com bolsas, mas isso não aconteceu (Renato Ferreira, Uerj) "

Para o coordenador do Programa Política da Cor da Uerj, Renato Ferreira, apesar do esforço dos alunos, sem a assistência necessária, o sistema de cotas "já nasceu capenga".

"Havia uma grande promessa de que os governos iriam dar suporte às universidades com bolsas, mas isso não aconteceu", disse Ferreira. "Perdemos a oportunidade de implementar programas de ações afirmativas responsáveis, quando não há assistência estudantil", completou.

Outro problema apontado pelos estudantes negros cotistas da Uerj é a necessidade de aulas complementares em cursos como o de línguas, por exemplo. Após o primeiro período, os estudantes não recebem mais a bolsa de R$ 190 e a saída é procurar projetos de pesquisa para completar os gastos.

"Alguns critérios nos tiram dessa seleção. A maioria exige inglês avançado e isso é uma condição que elimina mesmo. Em algumas situações, essa exigência não é muito importante, mas é uma forma de selecionar", critica a também estudante de direito Monique Camilo.

Para o professor Renato Ferreira, além de investir em assistência estudantil é preciso que as universidades acompanhem o desenvolvimento acadêmico dos cotistas e avaliem a necessidade de medidas específicas para eles.


Em 1968 a luta era outra, claro, os tempos eram outros no entanto as dificuldades que se tinham de enfrentar para conseguir uma vaga em universidade pública parece a mesma. O movimento estudantil queria ampliar o ensino, dá-lo por direito aos cidadãos. Assim como o projeto das cotas Pergunta: o que pretende o sistema de cotas nas universidades públicas sendo tão “mal-acabado”, possuindo tantas lacunas? Com esse artigo gostaríamos de deixar o pensamento e entender o que se passa nesse Brasil onde a história muitas vezes parece se “repetir”, claro com pequenas diferenças, mas ainda grandes dificuldades.


Estudando o ano de 1968 absorvemos uma consciência e uma ideologia de pensar no que temos hoje alguma coisa a mais que tinha essa geração passada, apesar de continuarmos os conflitos....

Postado por:
Daiane Monteiro & Daiane Machado
















































































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