sábado, 7 de junho de 2008

A Força Estudantil


A Força Estudantil









As manifestações ocorridas em Paris no ano de 1968 tiveram como estopim a decisão da Universidade de Paris de punir o líder estudantil Daniel Cohn-Bendit, que recebera ordens para comparecer a uma junta disciplinar na Universidade de Sorbonne.

Daniel “le rouge” (o vermelho, em francês) incentivou os estudantes da Sorbonne a seguirem o exemplo da Nanterre, universidade na qual um grupo de estudantes havia invadido a secretaria para manifestar sobre o fato de o reitor ter proibido os rapazes de visitar as moças em seus dormitórios. Resultado: a polícia invadiu a Universidade e as aulas foram suspensas. Cohn-Bendit, de origem alemã, acabou deportado.

Esse fato influenciou não somente os jovens franceses, mas também os jovens do mundo inteiro. Cada país com seu personagem e com realidades diferentes. Zuenir Ventura, autor do livro “1968, o ano que não terminou”, diz que “movida por uma até hoje misteriosa sintonia de inquietação e anseios, a juventude de todo o mundo parecia iniciar uma revolução planetária”.

No Brasil, mesmo em uma época de intensa repressão por causa da ditadura, os jovens brasileiros, através dos diretórios estudantis, de passeatas e de manifestações, se fizeram ouvir. Tanto na França quanto no Brasil, uma juventude unida e consciente de seus direitos e de sua força conseguiu mudar a sociedade.

Hoje, após 40 anos dos protestos de maio de 1968, Fábio Félix, 22 anos e Luiza Oliveira, 18, protagonizaram o que poderíamos chamar de continuação do movimento estudantil. Os universitários são os coordenadores do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e foram os líderes da ocupação do prédio da reitoria por 16 dias, que acarretou na renúncia do reitor Timothy Mulholland, acusado de usar verbas destinadas à pesquisa para reformar seu apartamento.

Segundo informações do jornal O Dia, os universitários que ocuparam a reitoria da UnB lêem os mesmos livros que dominaram as mentes dos estudantes no final dos anos 60. Fábio e Luiza não dispensam a leitura de clássicos socialistas, tais como “A Ideologia Alemã” de Karl Marx e “As Teses de Abril” de Vladimir Lênin.

Este é um sinal de que a luta realmente não terminou e de que os estudantes ainda têm força para mudar o país, basta querer.

A literatura brasileira em 1968: A literatura, em fins dos anos 60 era muito vinculava à idéia da contestação. O escritor era antes de tudo um contestador, e muito ligado à política. Nesse sentido, a literatura entrou quase como uma performance, menos o domínio de uma técnica, a do profissional que escreve livros, mas de alguém que se entrega de corpo e alma numa atividade que não só "mudaria o mundo", como aquele que a pratica. Era a idéia de uma ação sobre o mundo.

POSTADO POR: Érika Neuschwang Regato

3 comentários:

A Luta não Acabou disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Turma, acabei de postar o meu artigo. Nós, estudantes, ainda temos voz sim!!! Espero o comentário de todos vocês!

Abraços, Érika Neuschwang Regato

Gabriella Mendes disse...

Olá, Érika!

muito bom seu artigo..
Acho que como diz o nome do nosso blog, temos que pensar que a luta não acabou. Nosso espaço só tende a crescer.

xxx,
Gabi.