segunda-feira, 9 de junho de 2008

68, um ano cheio de histórias


Em recente entrevista à Folha do Méier (Junho de 2008) Zuenir Ventura fala um pouco de seu mais novo livro 1968- O que fizemos de nós. O livro fala de quarenta anos depois das barricadas de Paris, das manifestações contra a guerra do Vietnã, da passeata dos Cem Mil e do AI-5. Zuenir volta ao primeiro livro, 1968 - O Ano que Não Terminou, para investigar o que restou da herança do mais conhecido ano do século XX, 1968.

De tal entrevista a perguntas mais pertinente e que mais resume os efeitos dessa época é justamente o que ficou de positivo e de negativo. Zuenir afirma que de positivo ficaram quatro movimenos. O primeiro foi o movimento feminino. A condição da mulher cresceu muito. Teve a queima de sutiãs. Em 1968, no Rio, a mulher não entrava sozinha em bares e restaurantes e hoje as mulheres entraram no mercado de trabalho. O segundo foi o movimento gay, homossexual que estava no armário em 68. Em terceiro, o movimento negro, que praticamente não existia e por quarto, o movimento ecológico. De negativo ficaram as drogas. Que eu chamo de herança maldita. Havia uma utopia ingênua de que elas eram uma "experimentação" e hoje só servem para matar e dar lucro para os traficantes. Mas acredito que a herança maior foi o plano de herança pessoal, porque a garotada pensava em fazer uma revolução política e fez uma revolução comportamental.

Apesar de muitas pessoas ainda quererem esquecer 68 por seu lado negativo, o progresso em âmbitos importantes para a sociedade foram mais proveitosos. A começar pela própria revolução feminina, responsável por muitas conquistas trabalhistas para as mulheres, antes vistas somente como donas de casa. Na verdade as pessoas estão mais interessadas em ouvir sobre o ano de 68 do que esquecer.

Ao resumir o ano de 68 com uma frase para encerrar a entrevista Zuenir Ventura diz:"foi um ano de muitas paixões, muitos sonhos, muitos desejos e muita vontade." E é justamente essa mensagem que deve perdurar naqueles que estudam esse período da história do Brasil e do mundo. Período de perdas e ganhos, porém essencial para o que foi construído nesses 40 anos.
Postado por: Suzane Martins

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