terça-feira, 10 de junho de 2008

Juventude revolucionária: o ideário de 68 e a força hip hop


O ano de 68 é citado como ano da “conquista da liberdade”. Sem dúvida, este ano emblemático resultou em grandes conquistas para a sociedade ocidental, as quais são conseqüências da luta pela igualdade entre homens e mulheres, pelos direitos dos gays, pela igualdade entre negros e brancos, pela valorização das crianças, pelo direito ao divórcio, pelos direitos do trabalhador, pelas reformas na educação, pela liberdade sexual e pela democracia. Atualmente a sociedade reconhece os ganhos obtidos através de todas essas bandeiras levantadas naquela época, mas há quem diga que não existem mais bandeiras sendo defendidas.

Pode-se considerar 68 um ano paradoxal, pois, em meio a ditadura e toda a repressão representada por esse sistema de governo, via-se posicionamentos políticos e lutas por causas libertárias. Esse paradoxo leva a crer que o regime ditatorial da época foi um estímulo para se pensar na coletividade. Talvez o pensamento coletivo só tenha sido possível porque as preocupações individuais eram semelhantes. Possivelmente o homem de 68 viveu o período das utopias porque lutava por aquilo que é caro a todos os homens: a liberdade. Por que não acreditar que a busca de cada cidadão pela sua própria libertação tenha possibilitado o pensamento e as ações coletivas? Mas, apesar de ter gerado muitas conquistas à sociedade, a intensa defesa da liberdade pode ter sido responsável pela libertação inconseqüente que se vê nos dias de hoje, ou seja, pela falta de limites, pelas atrocidades, pela banalização da morte e do desrespeito ao próximo.

Com o término da ditadura, a democracia passou a ser vista, cada vez mais, como sistema representante da liberdade, porém, esse sistema de governo não corresponde às expectativas da juventude de 68. Em se tratando da educação brasileira, por exemplo, não se pode dizer que esta é libertária. O sistema educacional ainda auxilia a manter as mesmas relações de poder e funciona como uma mercadoria, uma forma de ingresso no mercado de trabalho, ao invés de funcionar como um meio de acesso à cultura, aos direitos dos cidadãos e às possibilidades de mudanças sociais. A falta de crença no regime democrático e a não existência de um inimigo comum, que antes era representado pela ditadura, leva ao pensamento de que as revoluções ou as reivindicações foram deixadas de lado, porém, existem movimentos atuais que não permitem que o desejo de liberdade e que a vontade de tornar a sociedade mais igual e mais humana morram. Entre esses movimentos está o hip hop.

Os anos de 1967 e 1968 representaram o auge dos festivais da canção no Brasil, que eram formas alternativas de expressão político-ideológica da juventude. A música era um meio de divulgação do ideário simbolizado pelo ano de 68, e de protesto diante da repressão da ditadura militar. Ainda hoje, vê-se que a música é uma poderosa arma de reivindicação. Em vista disso, é válido analisar e contrapor dois perfis de protesto: a música de 68 e a música do movimento hip hop.

Para este artigo, escolheu-se analisar brevemente as canções Apesar de você, de Chico Buarque, lançada em 1970 e Fogo no pavio, do rapper Gog, de Brasília, que difundiram as causas da luta dos jovens dessas duas épocas.




Apesar de você (Chico Buarque)

Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem discussão, não / A minha gente hoje anda /Falando de lado / E olhando pro chão, viu/ Você que inventou esse estado / E inventou de inventar / Toda escuridão / Você que inventou o pecado / Esqueceu-se de inventar / O perdão

Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia / Eu pergunto a você / Onde vai se esconder / Da enorme euforia / Como vai proibir / Quando o galo insistir / Em cantar / Água nova brotando / E a gente se amando / Sem parar

Quando chegar o momento / Esse meu sofrimento / Vou cobrar com juros, juro / Todo esse amor reprimido / Esse grito contido / Esse samba no escuro / Você que inventou a tristeza / Ora, tenha a fineza / De desinventar / Você vai pagar e é dobrado / Cada lágrima rolada / Nesse meu penar Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia / 'Inda pago pra ver / O jardim florescer / Qual você não queria / Você vai se amargar / Vendo o dia raiar / Sem lhe pedir licença / E eu vou morrer de rir / Que esse dia há de vir / Antes do que você pensa

Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia / Você vai ter que ver / A manhã renascer / E esbanjar poesia / Como vai se explicar / Vendo o céu clarear / De repente, impunemente / Como vai abafar / Nosso coro a cantar / Na sua frente / Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia / Você vai se dar mal / Et cetera e tal, lá laiá la laiá lá ...


A música de Chico Buarque é uma reação contra a ditadura. Pode-se observar, nessa letra, pistas que revelam o tema da canção e o ideal do autor. A começar pelo título “Apesar de você”, é possível inferir que “você” diz respeito ao regime militar ditatorial da época.

Na primeira estrofe o verbo “mandar” reflete uma prática comum da ditadura. Após esse verbo ainda se vê outras pistas que remetem a esse sistema de governo, como os versos “Falou, tá falado / Não tem discussão, não”. Esses dois versos demonstram a falta de liberdade de expressão ou a impossibilidade de uma contra-argumentação no momento. Ainda na primeira estrofe, os versos “Falando de lado / E olhando pro chão, viu”, criam uma imagem do comportamento dos brasileiros que viveram nesse período. A imagem criada retrata o medo e a submissão daqueles cidadãos ao regime.

O refrão “Apesar de você/ Amanhã há de ser/ Outro dia” demonstra que a canção expressa motivação e esperança em relação ao fim daquele sistema de governo.

Na segunda estrofe vale ressaltar os versos “Como vai proibir quando o galo insistir/ Em cantar”, pois esses expressam pistas importantes ao contexto da ditadura. O verbo “proibir” faz referência a uma prática do regime ditatorial em relação à liberdade de expressão, a qual é traduzida por “quando o galo cantar”. Ainda nessa estrofe, nos versos “Água nova brotando/ E a gente se amando/ Sem parar”, o primeiro verso pode ser compreendido como o novo sistema de governo que substituiria o regime militar, um sistema mais libertário, na opinião do autor, o que pode ser visto nos dois versos seguintes, os quais tratam da liberdade sexual, uma das causas defendidas pela juventude de 68.

Na terceira estrofe o autor fala do seu próprio sofrimento em relação à repressão, a qual é explicitada nos quarto, quinto e sexto versos dessa mesma estrofe, que citam o “amor reprimido”, o “grito contido” e o “samba no escuro”. Pode-se interpretar o “amor reprimido” como uma referência à falta de liberdade sexual, e o “grito contido”, assim como o “samba no escuro”, como uma menção à falta de liberdade de expressão. Nos sétimo, oitavo e nono versos, o compositor nos diz que a tristeza foi uma invenção da ditadura, logo, acabaria quando este regime terminasse. Nessa mesma estrofe, observa-se ainda as palavras “lágrima” e “penar”, as quais remetem ao sofrimento. O compositor afirma que o regime ditatorial pagará em dobro cada lágrima rolada por esse penar, o que demonstra que o intuito da canção é motivar a ocorrência de ações contra a ditadura, e tratar essa postura de forma esperançosa.

Os seis últimos versos da quarta estrofe também revelam essa postura de enfrentar a ditadura. Os versos “E eu vou morrer de rir/ Que esse dia há de vir/ Antes do que você pensa” demonstram a confiança na luta contra o regime militar e a certeza que este está chegando ao fim.

Na quinta estrofe, o autor utiliza, mais uma vez, palavras que remetem às ações ditatoriais, que são “impunemente” e “abafar”, as quais fazem menção à liberdade ou não de ação e expressão.

Na última estrofe da letra é reforçada a postura agressiva, ou revolucionária, contra a ditadura, o que se observa nos versos “Você vai se dar mal/Et cetera e tal...”

Antes de analisar a música “Fogo no pavio”, é preciso saber um pouco mais sobre o movimento rapper.

O que se percebe através da cultura hip hop e da sua vertente musical, o rap nacional, é a participação jovem diante da realidade política e social, que não atende às expectativas da juventude.

O grito do movimento reivindica, antes de tudo, a emergência de novos modelos e patamares de cidadania. Ao notarem o descaso com que os pobres e suas demandas são tratadas, os “rappers” resolvem, então, dar destaque a assuntos, até então, excluídos dos debate, de sorte que, a violência e todas as suas matizes: orfandade, desemprego, enfim, tudo aquilo que se relaciona com a pobreza, é agora exposto sem maquiagem pelos “rappers” em suas crônicas musicais.

O movimento “rapper”, devido ao sofrimento gerado por sucessivas segregações, provocou ódio, acumulou forças e inspirou uma inédita resistência dos jovens periféricos contra as tiranias do capital e a mesmice do cotidiano. A exemplo de outros grupos juvenis da atualidade, os “rappers” não demonstram interesse em propor grandes transformações sociais, querem simplesmente alertar, expor a dramática situação em que estão imersos e, com isso, cobram mais participação no jogo democrático. Essa estratégia de não veicular nenhum ideal de projeto alternativo em suas manifestações confunde a cultura consensual, desperta suspeita nas lideranças dos movimentos sociais, que acusam os “rappers” de flertarem, freqüentemente, com o mundo da ilegalidade.

A partir do momento que visualizam sua condição de consumidores falhos, os “rappers” propõem uma rediscussão, vale dizer, uma intervenção nos espaços públicos, sugerindo mudanças em sua geografia. Para essa discussão, eles não se apresentam, entretanto, de maneira cordial; potencializam, ao contrário, seus discursos e suas intervenções com uma forte ira social. A cultura hip-hop tem se firmado como um importante meio de aglutinação para os jovens de periferia debaterem as contradições contemporâneas que incidem diretamente em suas vidas. Portanto, mais do que estranhos, seus membros são incômodos, pois teimam em trazer à tona o avesso do país, implodindo a “rocha sobre a qual repousa a segurança da vida diária”.

Para além do discurso radical e inflamado, bem como o do exclusivismo territorial que evocam em suas músicas, os “rappers” buscam, também, o respeito e o reconhecimento da sociedade. Daí a obstinação que se manifesta, entre outras formas, no anseio de fazer um curso superior, de ter carro, ou mesmo de ter uma moradia: “(...) vencer é estudar, fazer uma faculdade, mudar para zona sul, ter carro e uma casa. Eles têm que conseguir o espaço que agora é só do playboy”, diz MV BILL, uma das figuras mais marcantes deste cenário.

Primeiro, foi o inocente apelo pacifista “paz e amor” criado pelas comunidades “hippies” nos anos 60; em seguida, veio o estimulante bordão “punk” “faça você mesmo”; e, mais recentemente, ecoa o grito de justiça social da “República dos Manos”, cobrando participação no jogo comunicativo. “O ‘rap’ é uma arte popular pós-moderna que desafia algumas das convenções estéticas mais incutidas, que pertencem não somente ao modernismo como estilo artístico e como ideologia, mas à doutrina filosófica da modernidade e à diferenciação aguda entre as esferas culturais”. (SHUSTERMAN, 1998: 144).

“60% dos jovens de periferia sem antecedentes criminais já sofreram violência policial. A cada quatro pessoas mortas pela polícia três são negras. Nas universidades brasileiras apenas 2% dos alunos são negros. A cada quatro horas um jovem negro morre violentamente em São Paulo”. (Racionais MC’s, do álbum “Sobrevivendo no Inferno”, de 1997).

“A máscara pode ser uma cabeleira extravagante ou colorida, uma tatuagem original, a reutilização de roupas fora da moda (...). Em qualquer caso, ela subordina a persona a esta sociedade secreta que é o grupo afinatário escolhido. Aí existe a ‘desindividualização’, a participação, no sentido místico do termo, a um conjunto mais vasto.” (MAFFESOLI, 1988: 128)

Ao se analisar a letra da música Fogo no Pavio, escrita pelo ativista Gog, como prefere ser chamado, percebe-se que diz respeito a uma abordagem mais ampla das regras e dos costumes que os jovens da contemporaneidade, principalmente os que moram nos subúrbios e favelas, possuem, além de expressar o modo como eles se comunicam. Os aspectos abordados na música refletem, geralmente, questões decisivas dos conflitos urbanos: violência, criminalidade, segregação, ocupação dos espaços públicos, entre outros. Quem mais sofre as conseqüências desse conflito são os jovens, e talvez, por isso, percebe-se, nesse segmento, uma elaboração mais intensa de alternativas de convívio social.


Fogo no pavio (GOG)

Amanheceu e as paradas lotadas, o mesmo gado já não tão novo e suas marcas, o calor, a multidão, a fila pra (pra pra) pegar a condução. A escravidão, as chibatadas levadas na senzala se mantém vivas todo dia ano quarto sala: amordaçados por horas em frente à televisão! Efeito bem pior que o da radiação... "País infeliz, bombardeado pela alegria" Tom Zé define assim expressando sabedoria! Vou lhe fazer uma confissão um desabafo: às vezes sinto vontade de jogar tudo pro alto! Mas que nada! Não vou me entregar às armas ou à guerra, quem sabe faz a hora não espera. FHC Joaquim Silvério dos Reis dos dias atuais, traidor da nação, um dólar a mais! Caixa dois até a boca! Dignidade é pouca! Impune, à solta, merece a forca! Vendeu a própria alma sem trauma! Dificilmente esse, o salmo salva! Poesia, verso, rima, prosa! Envenenado pelos livros, Em Nome da Rosa! Infância proibida! País infanticida! 57 mil se vão na primeira semana de vida! Fábrica de anjos. A marmita do pai ao laudo, somado ao saneamento básico confira o saldo: Brasil pecado, realidade trágica, estômagos vazios à espera de cestas básicas... Salário mínimo: atentado, incentivo ao crime maluco! Congresso, Planalto assalto de vida em um lucro! Xadrez! De vez! Para esses canalhas! Ou que ardam nas fornalhas, pagando por suas falhas!

Revolucionários do Brasil! Fogo no pavio! Fogo no pavio! Fogo no pavio!

O pé inchado, mãos calejadas, já pegou pesado na enxada! A prostituta odiada sonha ver a filha formada! Povo nas ruas é dinamite, campo minado, exigindo 20 de novembro feriado! Zumbi o herói dos libertários guerreiro daqui! DMN "H. Aço" é necessário ouvir", ler Ferréz, Sérgio Vaz, e quem sabe se libertar das algemas da carne! Fábrica da Vida motor que trabalha 24 horas por dia! Nó na garganta, lembranças, álbuns, fotos, fotografias: combustíveis altamente inflamáveis pra mim! Caros Amigos, Princípios, Pasquim! Eu vi a célula-mãe se multiplicar, eu vejo o câncer, querendo se instalar. Nas artérias tenho o sangue da indignação, G.O.G. (G.O.G! G.O.G! Guerreiro da Revolução!) Querem fazer do Brasil e da América Latina uma latrina! Segue assim a diária chacina! Espancamentos, processos lentos sem punição, um seriado sem fim, uma ficção. Capitalismo puro é isso! O feto dejeto no lixo! Negociação com o patrão por um salário fixo... Fio condutor, o torturador da gravata, que no dia da eleição te transporta de graça! Embalsamados pelo manto da desordem! Se dizem líderes de uma geração! Até no travesseiro recebem ordens chega! Basta! Não! (Não! Não!) Surge o embrião! O trem da vida prepara a partida está bem vazio, a burguesia que valoriza a carne perderá o espírito! Xadrez! Devez! Para esses canalhas! Ou que ardam nas fornalhas, pagando por suas falhas!

Revolucionários do Brasil! Fogo no pavio! Fogo no pavio! Fogo no pavio!

Família G.O.G. pode crê... Paz então irmã, então irmão! <> Como maltratam o Brasil: ACM, FHC, o Sistema é a bomba e o pavio: só que o Preto aqui é o estopim em vinil!

Revolucionários do Brasil! Fogo no pavio! Fogo no pavio! Fogo no pavio!
(Para a vítima Brasil....... o Brasil)

A música do ativista GOG é uma reação à sociedade opressora, as diferentes realidades sociais vivenciadas nas grandes metrópoles urbanas. O meio de expressar, o grito dessa parcela jovem da população com pouca instrução manifesta a emergência de novos modelos e patamares de cidadania. A música começa uma narração descritiva sobre o início de um dia de trabalho, pessoas acordando cedo, indo pegar suas conduções para mais um dia árduo de trabalho como gados ou escravos - forçados, impelidos. O narrador chega a esboçar algum tipo de vontade de abandonar a vida cotidiana, de acabar com a rotina desumana de boa parte da população.

Para logo em seguida fazer uma referência a famosa música de Geraldo Vandré - Para não dizer que não falei das flores e seu tão repetido refrão Quem sabe faz a hora não espera acontecer... Na música Fogo no pavio, a referência perpassa questões sociais com a imposição da violência como meio de sobrevivência refutado pelo narrador. Não vou me entregar às armas ou à guerra, quem sabe faz a hora não espera. A politização da letra e a mensagem passada de forma agressiva são características fundamentais no rap.

Essa nova forma de pensar a cultura e a expressão de uma parcela antes esquecida fazem do movimento hip hop uma das vertentes mais atuantes na busca da igualdade social.

Na segunda parte, há a seguinte passagem A prostituta odiada sonha ver a filha formada!/Caros Amigos, Princípios, Pasquim!. Esses trechos demonstram como a parcela mais desprovida da população ainda acredita na educação como forma de ascender socialmente. Embora os contextos da música do Chico Buarque e do GOG sejam completamente diferentes, o que os une é a expressão do desejo de mudança expressado especialmente por jovens. A repressão da ditadura ou do capitalismo mais exacerbado produzem nos jovens uma desindividualização, uma vontade coletiva de mudança.

Observando essas duas canções, pode-se perceber que, mesmo seguindo estilos diferentes, as duas são formas de protesto. A primeira é obviamente menos explicita, faz uso de ambigüidades, já que vivia-se em um contexto ditatorial, a segunda, entretanto, é direta, e menciona, inclusive, nomes de personalidades com as quais o movimento possui ou não afinidades.

Após ler e comparar as músicas, conclui-se que o ideal revolucionário tão defendido em 68 não se perdeu, apenas se expressa hoje de muitas maneiras diferentes. Talvez a diferença mais marcante entre esses dois movimentos seja a classe que eles atingiram. Em 68 os revolucionários eram os estudantes, professores e intelectuais da sociedade brasileira, já os revolucionários do movimento rapper são vistos de forma preconceituosa e são considerados marginalizados muitas vezes.

A música de hip hop, aqui analisada, mostrou que temas como a luta por melhores condições de vida, o que inclui o direito ao saneamento básico, à alimentação saudável, a salários mínimos dignos, a um emprego e à oportunidade de estudo; a luta contra a corrupção, contra o infanticismo, contra o racismo, contra os espancamentos, contra a compra de votos; e o clamor por justiça são preocupações do movimento.

Em 68, lutava-se pela igualdade entre homens e mulheres, pelos direitos dos gays, pela igualdade entre negros e brancos, pela valorização das crianças, pelo direito ao divórcio, pelos direitos do trabalhador, pelas reformas na educação, pela liberdade sexual e pela democracia. Já em 2008, as lutas são, dentre outras coisas, contra a violência, a criminalidade, a segregação e a ocupação dos espaços públicos. Embora os dois movimentos tenham atingido classes diferentes e priorizado lutar por causas diferentes, não se pode negar que os jovens dessas duas épocas fizeram com que suas vozes fossem ouvidas e com que suas causas fossem respeitadas. Que a juventude continue sempre revolucionária e que a sociedade aprenda com ela!


Naira de Almeida Velozo, Natasha Gonçalves Otsuka & Ricardo Thomé da Costa



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