sábado, 7 de junho de 2008

Anos Rebeldes




Os Anos Rebeldes passaram com o brilho e a rapidez de um cometa mas deixaram marcas e, por isso, podem ser comparados a uma estrela que, ainda hoje, cintila no firmamento.
"Foi o melhor dos tempos e o pior dos tempos, a idade da sabedoria e da insensatez, a era da fé e da incredulidade, a primavera da esperança e o inverno do desespero, tínhamos tudo e nada tínhamos", disse Charles Dickens. Em nenhuma das definições da palavra revolução poderemos enquadrar o que aconteceu no Brasil em março de 1964. O golpe político aguçou mais o espírito de rebeldia de um povo que já estava cansado de permanecer inerte. Esta união massificadora do povo, marcou de forma inesquecível o período da ditadura militar e criou heróis e mitos que até hoje povoam nossas lembranças. Nesta época tivemos grandes nomes que marcaram a rebeldia política, como Janio Quadros,

"Varre, varre, varre vassourinha.
Varre, varre a bandalheira,
Que o povo já está cansado
De sofrer dessa maneira."

e João Goulart,

"No dia em que nós tivermos cinco, dez milhões de propriedades rurais, a propriedade estará muito mais defendida, muito mais gente vai poder comer e educar os filhos. É preciso fazer isso para este país ir para a frente."

Na década de 60, a música popular brasileira, influenciada por correntes nacionalistas, atravessa uma fase de grande ecletismo. Abre-se a porta dos festivais.
No mundo Beatles e Rolling Stones mexem com multidões, e o movimento hippie, com Janes Joplin e Jimmy Hendrix, reune milhares de seguidores.
O mundo era muito jovem no verão de 1967. Os hippies estavam na capa da revista Time. Flower Power - O Poder da Flor - era o nome que as mídias davam a esta garotada que se deixava levar pelo prazer e pela aventura - dentro e fora das cabeças - numa direção diametralmente oposta às noções de "carreira"e "sucesso"de seus pais.
A música dessa nova tribo falava sozinha pela primeira vez. Não era mais como nos anos 50 uma brincadeira de adolescentes para passar o tempo enquanto a maturidade não chegasse. Essa música, agora, tinha idéias, pensava, sonhava, delirava e propunha uma nova visão.Seus intérpretes não eram simples divertidores, entertainers; eram oráculos, agentes dessa cerimônia pagã do estar junto (be in ), comunicadores destas novas experiências partilhadas em comum. O tempo, suspenso, brincava de faz-de-conta: Estamos no Paraíso, o pecado ainda não foi inventado, o perigo não existe, a morte é uma ilusão, e o prazer é possível e eterno.
A Rebeldia toma conta do Mundo.
Em todo mundo os jovens contestam os velhos valores, às vezes usando apenas uma flor, outras, armas e violência. É a rebelião. Hippies marcham contra a guerra do Vietnan.
Nessa guerra onde desmoronam toda a velha ideologia e tradição, os jovens não tinham aliados. Estavam tragicamente sós.
Após ser lançado o primeiro disco de Roberto Carlos, consolida-se a chegada do rock ao Brasil. Entrava em cena uma música com elementos ligados à cultura jovem ( até mais que a Bossa Nova), e toda uma constelação de artistas.
Toda a rebeldia dos anos 60 culminaram em 1968. O movimento estudantil explodiu e tomou conta das ruas em diversas partes do mundo e contestava a sociedade, seus sistemas de ensino e a cultura em diversos aspectos, como a sexualidade, os costumes, a moral e a estética.
No Brasil, lutava-se contra a ditadura militar, contra a reforma educacional, o que iria mais tarde resultar no fechamento do Congresso e na decretação do Ato Institucional nº 5.
Talvez o que mais tenha caracterizado a juventude dos anos 60 tenha sido o desejo de se rebelar, a busca por liberdade de expressão e liberdade sexual. Nesse sentido, para as mulheres, o surgimento da pílula anticoncepcional, no início da década, foi responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal. Porém, elas também queriam igualdade de direitos, de salários, de decisão. Até o sutiã foi queimado em praça pública, num símbolo de libertação.
Os 60 chegaram ao fim, coroados com a chegada do homem à Lua, em julho de 1969, e com um grande show de rock, o "Woodstock Music & Art Fair", em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, música, sexo e drogas.
Todos tinham esperança na democratização, e isso fez com que muitos perdessem o medo e decidissem dar a sua parte para a construção de uma sociedade mais justa no Brasil.No mundo inteiro, líderes como Martin Luther King deram a sua própria vida na luta por seus ideais de justiça e igualdade.
Para aqueles que fizeram parte dela, resta a lembrança nostálgica de um tempo que embora a atualidade tente resgatar, não consegue alcançar a magia e a força que lhe eram peculiares.





Postado por: Pollyana Barros da Silva.


Um comentário:

Unknown disse...

eu acho que as pessoas tinham que continuar com essa ideia de lutar. Para melhorar mais o nosso pais e o mundo.