segunda-feira, 9 de junho de 2008

A Luta não pode acabar

O ano de 1968 foi marcado pelas revoltas estudantis que mudaram o pensamento de uma época, buscaram uma utopia e seguiram um ideal. A postura ativa desses reivindicadores, no entanto, não se encontra tão fortemente expressa nas comunidades estudantis da geração 00. Mas será que esse espírito acabou? Se esvaeceu simplesmente? Ainda há o que destoe dessa postura passiva, acomodada, quase niilista que parece pairar na sociedade contemporânea?

Com uma mudança de tempo, é claramente percebida uma mudança de pensamento. Não parece possível imaginar atualmente organizações e movimentos revolucionários que obedeçam os moldes de épocas passadas. Com a mutação radical dos meios de comunicação, é possível pensar que a forma de se relacionar com e de transmitir algumas mensagens teve de ser repaginada. Contemplar grêmios estudantis com a presença de um plantel de estudantes cheios de reivindicações, assembléias lotadas de opositores e comícios políticos abarrotados de revolucionários não é mais uma realidade.

No entanto, com a disponibilização de locações virtuais livres de qualquer taxa de aluguel e que oferecem certa segurança a quem pretende se expressar (não é mais necessário apanhar da polícia), a livre manifestação encontra seu território. Como exemplo, seguem alguns links de fóruns de discussão de uma comunidade virtual sobre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro*. De discussões éticas ao estado de greve da UERJ.

Se em 1968 era extremamente necessário ter alguma cautela para falar de determinados assuntos e a atmosfera da ditadura tentava impedir o debate sobre alguns temas, o que se vive hoje é uma exacerbação da liberdade. É possível discutir sobre tudo e ter opinião formada - e em formação - sobre qualquer fato. Essa facilidade permite maior contato com ideologias e propostas políticas, possibilidade de diálogo com diversas visões de mundo.
Os debates não acabaram. É crescente o número de estudantes participando dos fóruns virtuais de discussão política, a conscientização é ampla e pela utilização de emails, mensagens instantâneas, publicações de blogs e recados em páginas pessoais é possível saber mais sobre tudo o que está acontecendo.
Tem-se a faca e o queijo na mão. O que falta agora para ir a luta?
*É necessário ter conta no Google para acessar os links
Perguntado por: Gabriella Campos Mendes

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